Antes de qualquer coisa: existem sofrimentos e sofrimentos. O sofrimento "que o Corinthiano gosta" está longe daquele sofrimento melancólico e triste que passam os torcedores de times que estão mal na tabela, sofrem seguidas eliminações, ou passam anos e anos na fila por títulos importantes (não que isso seja motivo para o Corinthiano mudar alguma coisa em relação ao seu amor - vide os 23 tenebrosos anos da mais famosa fila do futebol brasileiro entre as décadas de 50 e 70). Mas o sofrimento Corinthiano de verdade, é aquele angustiante, que faz os minutos passarem tão lentamente que você pensa que seu coração não vai aguentar, tudo na espera da consagração final.
A partida de ontem, 31 de agosto de 2011, válida pela 20ª rodada do Brasileirão 2011, no Pacaembu, contra a equipe do Grêmio, pode ser tratada como um exemplo clássico do que eu acabei de escrever no primeiro parágrafo desse post:
O Corinthians começou bem a partida, tão bem que logo fez seu primeiro gol, oriundo de um pênalty não-existente (reconheçamos), que foi batido primorosamente por nosso Xerife Chicão. Já no fim do primeiro tempo, Douglas (pra variar) bateu uma falta perfeita, fazendo a bola morrer no fundo do gol Corinthiano. Na segunda etapa, em um intervalo de 4 minutos o Corinthians fez o segundo e o terceiro, com Paulinho e Ramon (na foto), respectivamente.
Com 3x1 no placar, a conta já parecia estar fechada. Ledo engano: pouco tempo após o terceiro gol, Liédson e Edenílson sofreram expulsões infantis (as primeiras do leal time alvi-negro no certame), sendo a segunda muito discutível.
Enfim, é aí que entra o sofrimento. E que sofrimento! Foram pouco mais de 14 minutos, mas, sinceramente, pareceram 14 anos! Que agonia, que tensão! E tudo piorou quando André Lima fez o segundo gol gremista, deixando a diferença mínima no placar. Esses minutos finais são impossíveis de descrever, pois eu enquanto Corinthiano sequer reparei que os gandulas começaram a atirar bolas pra dentro do campo, sequer vi o que estava acontecendo à minha volta. A atenção, o foco, estava todo naquela relógio que parecia não funcionar. Perto dos 48 minutos, o juiz apontou o centro do gramado, encerrando aquela que veio a ser a mais sofrida partida do Corinthians no campeonato até agora.
Confira aqui os gols da partida:
Sobre o desempenho dos jogadores, destaco mais uma partidaça de nosso atacante Emerson Sheik, que mesmo sem fazer gols, consegue participar das jogadas de quase todos; nossa dupla de volantes sempre eficiente, com as excelentes chegadas de Paulinho e a concentração e quase-perfeição de nosso primeiro volante Ralf, que merece mais do que ninguém no Brasil a vaga na Seleção; a dinâmica imposta por J. Henrique, ao entrar no segundo tempo botando fogo na partida, e participando dos dois gols Corinthianos daquela etapa (sem falar na raça costumeira, que foi mais do que importante nos minutos finais de jogo); e, por fim, destaco a magnífica partida de J. César, que eu carinhosamente apelido de "Bracin de Jacaré", mas que foi um monstro nos minutos finais, deixando a meta gremista pequenininha.
O Corinthians então, comemora nesse 1º de setembro seu 101º aniversário em grande estilo, ampliando a vantagem da liderança para 2 pontos, já que Flamengo e São Paulo perderam suas partidas. E, acima de tudo, elevando o moral para as próximas rodadas, após um jogo eletrizante e sofrido, sofrido ao melhor estilo Corinthians.
Dá-lhe Timão!!!
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